O foguete russo “Progress M-27M”, que está está caindo em direção à Terra, deve atingir o solo do planeta nesta sexta-feira, dia 8.
A aeronave se aproxima do solo a uma velocidade 20 vezes maior que a o do som e carrega consigo um potencial de energia cinética de mais de 175 toneladas de Trinitrotolueno (Dinamite.)
A notícia foi dada pelo especialista do Instituto de Física Aplicada do Conselho Nacional de Pesquisas de Florença (Ifac-CNR) e membro do Comitê Internacional para o Monitoramento de Detritos Espaciais (Iadc), Alessandro Rossi.
No entanto, as previsões ainda são muitas incertas e podem ser revistas ao longo dos próximos dois dias. Segundo Rossi, a espaçonave “continua a cair e, em relação a ontem, desceu alguns quilômetros”. Atualmente, o ponto mais distante da órbita se encontra a 173 quilômetros do planeta e o mais próximo, a 131 quilômetros.
Para Luciano Anselmo, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Informações do Conselho Nacional de Pesquisas de Pisa (Insti-CNR), “embora o foguete continue a rodar rapidamente sobre ele mesmo, o seu comportamento dinâmico é bastante regular e permite previsões precisas, contudo a janela de incerteza ainda é muito ampla”.
Foguete usado para propulsão até o espaço.
“Neste momento, todo o planeta está interessado e as únicas áreas que podem se excluir são os pólos, que não são sobrevoados pelo veículo”, concluiu Anselmo.
Mas como isso aconteceu?
O Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia perdeu o controle da nave, lançado no dia 28 de abril a partir da base de Baikonur, no Cazaquistão, às 3h10 (horário de Brasília), depois de o foguete se situar em uma órbita equivocada e deixar de enviar à Terra dados de sua telemetria. E de acordo com a fonte do jornalismo da Globo.com, os controladores de voo russos chegaram a tentar restabelecer a conexão com a nave de carga por duas vezes, mas infelizmente sem sucesso. A principal hipótese para o problema é que as antenas de navegação tenham sofrido problemas durante a saída da atmosfera terrestre.
A Progress M-27M, que transporta 2,5 toneladas de suprimentos, deveria chegar à plataforma internacional seis horas depois de sua decolagem. Ela carrega combustível, oxigênio, alimentos, e equipamentos científicos para os astronautas. Toda a missão foi programada para ocorrer desta forma.
Estágios de separação dos módulos de lançamento do Progress M-27M.
Conforme visto na imagem acima, após todo o processo de separação dos módulos, o módulo cargueiro seguiria sendo comandada remotamente até que chegasse na ISS. Entretanto este módulo de alguma forma ainda não identificada pelos analistas, perdeu o controle e desde então segue caindo em direção da Terra. Felizmente a Progress é uma nave não tripulada então não teremos vítimas no momento da reentrada em nossa atmosfera e nem na queda.
Módulo cargueiro para a ISS.
Após a considerar a perda, cujo custo é estimado em até US$ 90 milhões, o próximo cargueiro em direção à Estação poderá sair da Terra antes de 8 de agosto, data prevista inicialmente pela agência espacial russa caso este lançamento fosse um sucesso.
O Foguete chegou a ser visto da ISS.
De qualquer forma, a tripulação que está na Estação Espacial Internacional tem provisões suficientes para continuar com sua vida no espaço, apesar do incidente com a Progress.
Após horas de tentativa, os operadores de voo russos consideraram como perdida a nave-cargueiro Progress M-27M, mas também divulgaram a imprensa internacional France Presse que o foguete começou a cair em direção à Terra.
Veja o vídeo divulgado.
Como é possível ver no vídeo acima, aparentemente não há nenhum tipo de controle possível.
Enquanto isso, a Nasa e a Força Aérea dos Estados Unidos seguem de olho na Progress e sua descida à Terra.
“É impossível saber quando cairá exatamente na Terra, depende de muitos fatores. Mas a queda acontecerá em condições incontroláveis”, explicou o controlador de voo Russo.
A grande questão é que objetos em órbita são puxados aos poucos em direção ao nosso planeta. Sem um sistema de propulsão para a correção da posição, o objeto é puxado até entrar na atmosfera terrestre. Depois disso, cai em nosso planeta.
O grande alívio é que o foguete é desenhado para queimar e se desfazer no processo de reentrada (enquanto cai dentro da atmosfera). O problema é que o cargueiro não foi designado para se desintegrar na reentrada e este sim pode representar um risco caso caia em uma área povoada do planeta.
No entanto existe a esperança de que o cargueiro queime durante a reentrada e caia na terra em tamanho menor, o que minimizaria os danos caso caísse em uma área povoada.
Agradecendo a Satflare, estou disponibilizando uma página montada para que possamos acompanhar a trajetória e a localização do foguete que atualmente segue descontrolado descendo em direção a Terra. Basta clicar aqui para ser direcionado para a página.
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